Glyn Elwyn é uma referência proeminente na conceituação e implementação na decisão compartilhada com o paciente (Shared Decision Making). Desenvolveu o Option Grid®, ferramenta de apoio ao profissional de saúde que envolve sistematização de evidências clínicas, quantificação dos riscos evolutivos, e adaptação da linguagem para pacientes. Neste vídeo, Glyn responde à algumas perguntas sobre suporte à decisão clínica e decisão compartilhada com o paciente.
Mesmo ao definir diagnóstico como sendo a resposta correta para a resolução de problemas concretos, entende que o processo diagnóstico adequado deve considerar o que é importante para o paciente, sua visão sobre saúde e doença, além das prioridades, preferências e autonomia na forma como conduz sua vida. O tratamento correto, portanto, deve também responder à necessidades individuais.
Para o pesquisador, boas decisões relacionadas aos diversos tratamentos alternativos estão relacionados ao conhecimento sobre as vantagens e desvantagens de cada tratamento pelo paciente. Situações pessoais, como seu contexto de vida e fase da vida em que encontra, fazem diferença nas escolhas do paciente, portanto o detalhamento do processo diagnóstico, a partir do compartilhamento da decisão, é uma habilidade importante a ser desenvolvida pelo profissional de saúde.
O processo diagnóstico pode ainda ser favorável à conservação de recursos por considerar a escolha do paciente, o que pode resultar em tratamentos menos agressivos e dispendiosos.
Ao ser questionado quanto aos riscos de optar pela decisão compartilhada, Elwyn explica as porcentagens já existentes de danos causados por procedimentos, o que faz com que acredite que pacientes bem informados sobre sua condição de saúde e possibilidades de tratamento façam escolhas mais acertadas e que respeitam suas preferências, o que reduziria o risco de falhas no processo terapêutico.
Quanto à aplicabilidade prática da implementação de decisão compartilhada com o paciente, ele coloca como uma das principais dificuldades, para além dos aspectos culturais da comunidade de saúde, a falta de informações qualificadas, em linguagem acessível, sobre os benefícios e malefícios que podem ser compartilhadas com os pacientes. Discorre ainda sobre o fator tempo como uma dificuldade adicional no processo de compartilhar informações com o paciente, que pode ser reforçado, entendemos nós, pela necessidade inerente de ouvir com atenção o que o paciente tem a dizer.
Saiba mais sobre Shared Decision Making assistindo ao vídeo: https://youtu.be/XzhLLKGC_TM